Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin

Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry

A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo

Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre

segunda-feira, 31 de março de 2014

no meu armário não há esqueletos, porém, no meu coração jaz uma quantidade de emoções positivas bem superior ao que eu desejava

uma amiga comentava comigo um livro que está a ler, daqueles que estão na moda, e ensinam as pessoas a ser felizes, disse-lhe:
- cada um é feliz à sua maneira, não há receitas. sabes bem que sou uma descrente, não vale a pena perder tempo a tentar evangelizar-me.
 
minutos depois de falar com outra pessoa, dei por mim a pensar no que antes tinha dito. a minha descrença é de teorias (sejam elas de que tipo forem - teorias generalizam, eu não gosto de generalizações), não é extensiva às pessoas, nas pessoas eu acredito, esforço-me por ver o melhor delas. custa-me matar dentro de mim pessoas que eu achei serem seres humanos decentes, com falhas, como todos, mas com fundo bom, de boa índole. custa-me ver que há pessoas que têm prazer em degradar as relações, que estudam o outro, apreendem os seus pontos fracos, e aproveitam-nos para ferir, e fazem-no a quem só lhes quis estender a mão. custa-me perceber que há pessoas que não sabem querer bem, que não sabem aceitar que as criticas são formas de alerta e não de ofensa, custa-me perceber que há pessoas que não sabem o valor, nem conhecem a beleza de uma amizade verdadeira...

hoje foi assim


com o regresso das temperaturas baixas custa tanto sairmos do quentinho

sexta-feira, 28 de março de 2014

entre nós # 41 - conquistador

durante a minha infância o Festival Eurovisão da Canção era uma festa em família, desses tempos esta foi uma das música que mais me marcou, o que eu cantei e ainda canto isto:

foram mil epopeias
vidas tão cheias
foram oceanos de amor
já fui ao Brasil
Praia e Bissau
Angola Moçambique
Goa e Macau
ai, fui até Timor
 já fui um conquistador
 
conquistador - da vinci
 
 
que diriam os conquistadores de outrora se vissem os conquistados em que nos tornaram?!

quinta-feira, 27 de março de 2014

a forma incondicional como os cães gostam deixa-me sempre a pensar como é que alguém os pode sequer abandonar, quanto mais maltratar!


"Um cão de pequeno porte manteve-se à porta do Serviço de Urgências dos Hospitais da Universidade de Coimbra, ao longo de todo o último fim de semana, à espera que o seu dono dali saísse.
O caso envolveu um indivíduo de etnia cigana que, no sábado, precisou de cuidados médicos e dirigiu-se aos HUC, conduzindo ele próprio uma carrinha, que estacionou num parque para veículos de doentes urgentes, mesmo junto àquele SU. Não levava família, apenas o pequeno cão, que deixou em liberdade, antes de passar para o interior das Urgências.
A espera não terá sido fácil. Pela demora e pela incompreensão de alguns humanos, igualmente incompreendida pelo animal: "Os seguranças enxotavam-no, mas ele insistia e voltava sempre", conta um funcionário, impressionado com a "fidelidade" do cão, até por comparação com a de "familiares que, às vezes, não querem saber dos doentes"."
 

da minha distracção crónica # 19

eu ADORO maionese.
na maioria, das poucas, vezes que vou ao McDonald's vai comigo uma pessoa que não gosta de maionese.
eu e essa pessoa só gostamos do McChiken.
quando estas duas pessoas vão ao McDonald's juntas sou eu quem faz o pedido.
dois menus McChiken, um sem maionese.
eu fui ao McDonald's sozinha.
pedi um McChicken sem maionese.
só me apercebi do que tinha feito quando comecei a comer.

quarta-feira, 26 de março de 2014

desabafo, não há como duvidar que a estupidez humana é infinita...

este cantinho anda parado, tão desinteressante como autora...

eu sou uma pessoa insegura, acho sempre que não sou suficientemente boa, como pessoa, como mulher, como profissional, como familiar...

eu não tenho temas de conversa super-interessantes, não sou uma pessoa animada com quem os outros gostam de estar...
eu não tenho super-garra para defender os meus interesses, talvez nem sempre me esforce o suficiente para ajudar os outros, talvez me falte muitas vezes a coragem...
eu não sou boa a demonstrar os meus sentimentos, sou muitas vezes demasiado ríspida e pouco amorosa...
eu sou uma parva, eu julgo os outros pelo lado positivo, acredito que são sérios, acredito que são francos, acredito que não querem o mal alheio só por prazer, abro os braços, recebo-os, ajudo-os, eu quero sempre bem por defeito... no fim levo valentes pontapés no rabo, e um selo a dizer deixa de ser crente ó parva...

às vezes isto tudo assalta-me como um tsunami e vou-me abaixo...
afundo ainda mais quando sinto que outros, pessoas com graves falhas de carácter têm a segurança, a alegria, a garra, a determinação que a mim me falta...

sabem que mais ó hipócritas de merda, vão-se f., vocês não valem nada, têm muita alegria mas é fingida, têm muitos amigos, mas não gostam de ninguém, têm muita garra e determinação, mas ela está assente na necessidade de pisar os outros, ide-vos f. ó palhaços, vocês não sabem o que é carácter, personalidade, valores, não sabem o que é sair duas vezes à rua com a mesma cara, cara limpa e consciência tranquila, consciência vocês nem tão pouco sabem o que é, respeito pelo outro não usam…

obrigadinha ó parasitas, são pessoas como vocês que me fazem mandar a insegurança às favas, e ter muito orgulho do ser humano que sou.

a quem me lê, se ainda andar por aí alguém, as minhas desculpas pela pouco agradável partilha, mas a hipocrisia e a falta de carácter põem-me fora de mim, como não posso sair por aí a distribuir as lambadas que muitos papás pouparam aos filhos, desabafo...

terça-feira, 25 de março de 2014

segunda-feira, 24 de março de 2014

tenho saudades tuas, tantas, imensas meu AMOR

quatro anos sem ti, continuam as lágrimas, continua a fenda no coração que nehum outro sentimento ou pessoa podem colmatar, eu amo-te meu pequeno príncipe, tu sabes, tu sabias sentir... tenho tantas, tantas saudades, imensas, do tamanho do meu amor por ti, eu amo-te.

sexta-feira, 21 de março de 2014

entre nós # 40 - inner circle

o bom tempo que se tem feito sentir, esta semana, lá fora e cá dentro faz apetecer músicas ritmadas como esta:

the games people play
 
 
e esta:
 
sweet (a la la la long)
 
 
let's reggae ;)
 

terça-feira, 18 de março de 2014

se acredito ponho em prática # 16



não há verdades absolutas, somos únicos, as muralhas que limitam a nossa capacidade de se partilhar definem-nos, nem todos as conhecem, nem todos têm a força de (vontade) derrubá-las, é uma batalha individual, andar às turras a muralhas alheias só nos trará dores de cabeça...

sexta-feira, 14 de março de 2014

entre nós # 39 - let's be in love

let's be in love - hands on approach
 
 
evoca-me a força do vendaval e a suavidade da brisa...

quinta-feira, 13 de março de 2014

caixinha de música da canca ♫ 7 - don't break my heart

vaya con dios
 
 
some people just don't get it!

ai os homens (com h minúsculo e cérebro ainda mais minúsculo)

a estupidez de alguns (uma elevada percentagem dos que cruzam o meu caminho) elementos do sexo masculino é genética e vai aumentando com a idade, isso já me apercebi, mas não terão já inventado um medicamento que atenue? a mordaça não seria uma medida de utilidade pública?

quarta-feira, 12 de março de 2014

caixinha de música da canca ♫ 6 - i don't know what i can save from you

 kings of convenience
 
 
quando encontrei o nome desta música no meu arquivo (aqueles papéis onde vou tomando notas, que guardo como se de um tesouro se tratasse) não me despertou nenhuma memória , mas ao ouvi-la logo percebi porque um dia me quis assegurar que não me perderia dela...

terça-feira, 11 de março de 2014

coitado do cão!

em vez de ser desparasitado foi desparatizado!

é o que dá ter um dono que não cala a boca, a maioria das vezes só para desparatizar!

bem hajam os que nos fazem rir, desde que não o façam quando estamos a tomar chá, aí a coisa pode correr mal. :P

segunda-feira, 10 de março de 2014

de como deixa de ser feliz quem deseja que todos fossem felizes, revejo-me eu no que Pessoa escreveu

Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres, seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" 

sexta-feira, 7 de março de 2014

entre nós # 38 - beautiful

christina aguilera
 
 
a minha, também crónica, insegurança, e a sua amiga inseparável a ansiedade, quando estas duas senhoras resolvem dar um ar da sua graça, os dias não são fáceis, as noites muito menos... elas não precisam de um acontecimento menos bom para se fazerem convidadas, aparecem quando menos se espera... é mais ou menos isto:
 
Everyday is so wonderful
Then suddenly
It's hard to breathe
Now and then I get insecure
 
I'm beautiful, e por muito que outras ideias queiram ecoar na minha cabeça, hei-de continuar a tentar não as ouvir, esta música é uma das que me ajuda.

quinta-feira, 6 de março de 2014

peripécias de uma mulher nos trintas, com aspecto e força de menina de quinze, numa estação ferroviária

na compra do bilhete
canca: Bom dia, era um bilhete se faz favor.
funcinário: Tens o bilhete de identidade?
canca (a fazer de conta que não percebia o porquê da pergunta): Tenho o bilhete de identidade!?!?
funcionário: Tens menos de 25 anos?
canca: Já tive.
E fico a pensar seriamente que, devo comprar uma bandolete com um letreiro luminosa a dizer "nasci na 1.ª metade da década de oitenta, do século passado...

na entrada para o comboio
agarro o puxador da porta para a abrir, tento, tento, desisto e dirijo-me a uma já aberta. lá ao fundo vi o revisor a assistir à cena. ao cruzar-se comigo já no interior do comboio:
revisor: Então não conseguiu abrir a porta?
canca: Deve ser falta de força.
revisor: Há quem não feche bem a porta, a menina não abre. :)
canca (com um sorriso que deve ter parecido pouco amigável): Sempre é preferível, porque neste caso o defeito é da porta.
revisor: Não me leve a mal.
canca: Pelo amor de Deus.
E fico a perguntar-me porque não sou capaz de deixar de utilizar estas expressões populares que envolvem a entidade que, no crer de alguns é responsável por tudo o que se passa na Terra, quer dizer tudo não só as coisas boas, porque as más somos nós que as escolhemos...

terça-feira, 4 de março de 2014

segunda-feira, 3 de março de 2014

sábado, 1 de março de 2014

acabadinho de ler - SE ISTO É UM HOMEM

(22/02/2014 a 01/03/2014)
 
Um relato incrivelmente racional da vivência dos prisioneiro no campo de concentração de Buna, um dos três que constituíram o complexo Auschwitz-Birkenau. Tudo é relatado de forma nua e crua, concreta, com uma enorme capacidade de analisar os comportamentos próprios e de todos com quem o autor se cruza. Repleto de conteúdo e ao mesmo tempo vazio, vazio de emoção. Mais que dar a conhecer as atrocidades que se cometeram nestes campos de terror, Primo Levi pretendeu, na minha opinião, mostrar-nos as transformações que estes lugares operavam, para continuar a viver era preciso abandonar muito do que lá fora definia os Homens, era preciso deixar o sentir e transformar-se em máquina de sobreviver.

pág. 78
Ao cair do Sol,  toca a sirene do Feierabend, do fim do trabalho; e, estando todos saciados pelo menos durante umas horas, não surgem discussões, sentimo-nos bons, o kapo não é levado a bater-nos, e estamos em condições de pensar nas nossas mães e nas nossas esposas, o que habitualmente não acontece. Durante umas horas, podemos ser infelizes à maneira dos homens livres.
 
pág. 156  
A notícia (da libertação do campo) não provocou em mim alguma emoção directa. Já há muitos meses que deixara de conhecer a dor, a alegria, o medo, a não ser daquela forma desligada e longínqua que é característica do Lager, e que se poderia chamar condicional; se tivesse agora - pensava - a minha antiga sensibilidade, este seria um momento extremamente emocionante.